Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
| Esperanto | ||
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| Criado por: | L. L. Zamenhof | 1887 |
| Emprego e uso: | Linguagem auxiliar internacional | |
| Total de falantes: | Nativos: 200 a 2000 (1996, est.)1 Falantes fluentes: est. 100 000 a 2 milhões Falantes não fluentes: est. 10 milhões |
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| Categoria (propósito): | Língua artificial Linguagem auxiliar internacional Esperanto |
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| Categoria (fontes): | Línguas românicas e germânicas (vocabulário) línguas eslavas (fonologia) |
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| Estatuto oficial | ||
| Língua oficial de: | Nenhum país, mas é usado como língua oficial por algumas organizações. | |
| Regulado por: | Academia de Esperanto | |
| Códigos de língua | ||
| ISO 639-1: | eo |
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| ISO 639-2: | epo | |
| ISO 639-3: | epo |
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Seu iniciador, o médico judeu Ludwik Lejzer Zamenhof, publicou a versão inicial do idioma em 1887, com a intenção de criar uma língua de mais fácil aprendizagem, que servisse como língua franca internacional, para toda a população mundial (e não, como muitos supõem, para substituir todas as línguas existentes).
O esperanto é empregado em viagens, correspondência, intercâmbio cultural, convenções, literatura, ensino de línguas, televisão e transmissões de rádio. Alguns sistemas estatais de educação oferecem cursos opcionais de esperanto, e há evidências de que auxilia na aprendizagem dos demais idiomas.
| Tópico sobre Esperanto |
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| Esse artigo faz parte da série em desenvolvimento Esperanto |
| Gramática |
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História
Ludwik Lejzer Zamenhof vivia em Białystok (atualmente na Polônia, na época Império Russo). Em Białystok moravam muitos povos e falavam-se muitas línguas, o que dificultava a compreensão, mesmo nas mais quotidianas situações, o que o motivou a criar uma língua auxiliar neutra, a fim de solucionar o problema.Durante a adolescência, criou a primeira versão da “lingwe universala”, uma espécie de esperanto arcaico. O seu pai, entretanto, fê-lo prometer deixar de trabalhar no seu idioma para se dedicar aos estudos. Zamenhof então foi para Moscovo estudar medicina. Em uma de suas visitas à terra natal, descobriu que seu pai queimara todos os manuscritos do seu idioma.
Zamenhof pôs-se, então, a reescrever tudo, adicionando melhorias e fazendo a língua evoluir.
O primeiro livro sobre o esperanto foi lançado em 26 de julho de 1887, em russo, contendo as 16 regras gramaticais, a pronúncia, alguns exercícios e um pequeno vocabulário. Logo depois, mais edições do Unua Libro foram lançadas em alemão, polonês e francês. O número de falantes cresceu rapidamente nas primeiras décadas, primordialmente no Império Russo e na Europa Oriental, depois na Europa Ocidental, nas Américas, na China e no Japão. Muitos desses primeiros falantes vinham de outro idioma planificado volapük. As primeiras revistas e obras originais em esperanto começaram a ser publicadas.
Em 1905 aconteceu o primeiro Congresso Universal de Esperanto, em Bolonha-sobre-o-Mar, na França, juntando quase mil pessoas, de diversos povos. Em 1906 foi fundado no Brasil o primeiro grupo esperantista, o Suda Stelaro em Campinas, 19 anos após o surgimento da língua.
Todo o movimento esperantista avançava a passos largos e seguros, mas com o evento das duas guerras mundiais o movimento teve um recuo amedrontador: as tropas comandadas por Hitler perseguiam e matavam os esperantistas na Alemanha e nos países dominados por esta; as tropas de Stalin faziam o mesmo na Rússia; a família de Zamenhof foi dizimada; no Japão e na China, a perseguição ao esperanto também ganhou proporções assustadoras.
Após a segunda grande guerra, o esperanto reergueu-se. Em 1954, a UNESCO passou a reconhecer formalmente o valor do esperanto para a educação, a ciência e a cultura, e, em 1985, novamente a UNESCO recomendou aos países membros a difusão do esperanto.
Após 1995, com a popularização e disseminação da Internet, o movimento esperantista ganhou uma nova força propulsora. Um exemplo de como está a situação atual do esperanto é ver o número de artigos na língua na Wikipédia: mais de 175 000 em março de 2013, com índice de profundidade 18 — números maiores do que os de muitas línguas étnicas.3
Propriedades linguísticas
Classificação
O esperanto é uma língua aglutinante, sem gêneros gramaticais para entidades assexuadas, sem conjugação de verbos variáveis por pessoa ou número e com três modos — indicativo, imperativo e subjuntivo, além das formas nominais do verbo e seis particípios; tem apenas dois casos morfológicos: o acusativo e o nominativo.Como uma língua construída, o esperanto não é relacionado genealogicamente a nenhuma língua étnica; pode ser descrito como uma língua de léxico predominantemente românico e de morfologia aglutinante. A fonologia, a gramática, o vocabulário e a semântica são baseados em línguas indo-europeias ocidentais. Os fonemas são essencialmente eslavos, assim como muito da semântica, enquanto o vocabulário é derivado primordialmente de línguas românicas, com uma menor contribuição de línguas germânicas e algumas palavras de várias outras línguas (o dicionário etimológico de esperanto "Konciza Etimologia Vortaro", de André Cherpillod, faz referência a 110 línguas).
A pragmática e outros aspectos da língua não descritos especificamente nos documentos originais de Zamenhof foram influenciados pelas línguas nativas dos primeiros falantes, principalmente russo, polonês, alemão e francês. A relação entre grafemas e fonemas é biunívoca (uma letra para cada som e um som para cada letra) e a morfologia é extremamente regular e fácil de aprender.
Tipologicamente, a ordem sintática padrão do esperanto é sujeito-verbo-objeto e adjetivo-substantivo. Novas palavras podem ser formadas a partir de processos de construção com morfemas já existentes na língua, ou podem ser introduzidas como neologismos.
Fonologia
O esperanto tem cinco vogais e 23 consoantes, das quais duas são semivogais. Não há tons. A sílaba tônica é sempre a penúltima (paroxítona), a não ser que a palavra tenha apenas uma vogal ou que a vogal final tenha sido omitida (situação em que é tónica a última sílaba; neste caso é graficamente substituída por um apóstrofo: «kastelo» = «kastel’») - recurso estilístico para a poesia.Consoantes
| Bilabial | Labio- dental |
Alveolar | Pós- alveolar |
Palatal | Velar | Glótico | ||||||||
| Plosiva | p | b | t | d | k | g | ||||||||
| Nasal | m | n | ||||||||||||
| Vibrante | ɾ | |||||||||||||
| Fricativa | f | v | s | z | ʃ | ʒ | x | h | ||||||
| Africada | ʦ | ʧ | ʤ | |||||||||||
| Lateral | l | |||||||||||||
| Aproximante | j | |||||||||||||
Vogais
| Anterior | Posterior | |
|---|---|---|
| Fechada | i | u |
| Média | e | o |
| Aberta | a | |
Gramática
As palavras são formadas pela junção regular de radicais (prefixos, sufixos e outros), de modo que “novas” palavras criadas ad hoc são compreendidas trivialmente através da sua análise morfológica (inconsciente, no caso de falantes fluentes).
As diferentes classes gramaticais são marcadas por desinências próprias: substantivos recebem a desinência -o, adjetivos recebem a desinência -a, advérbios derivados recebem a desinência -e e todos os verbos recebem uma de seis desinências de tempos e modos verbais.
A pluralidade é marcada nos substantivos e adjetivos concordantes pela desinência j, e o caso acusativo é marcado pela desinência n, cuja ausência indica o nominativo. Assim, bela birdo significa bela ave, belaj birdoj, belas aves, e belajn birdojn, como em mi vidas belajn birdojn (eu vejo belas aves), belas aves complementando diretamente uma ação (nesse caso, sendo vistas).
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Vocabulário
Desde então, muitas palavras têm sido "emprestadas", basicamente mas não apenas de línguas da Europa ocidental. Nem todas as novas palavras propostas entram em uso generalizado, mas muitas o fazem, especialmente termos técnicos e científicos. Termos para uso cotidiano, por sua vez, geralmente são feitos a partir de outros radicais — por exemplo, komputilo (computador) a partir de komputi (computar) com o uso do sufixo il (para indicar ferramentas). Há frequentes debates entre esperantófonos sobre a justificabilidade da introdução de uma palavra em particular e sobre as possibilidades de alcançar o sentido pretendido através da construção de palavras com elementos já existentes.
Sistema de escrita
O esperanto é escrito através de uma versão modificada do alfabeto latino, ao qual foram incluídas seis letras com sinais diacríticos: ĉ, ĝ, ĥ, ĵ, ŝ e ŭ. A língua não inclui as letras q, w, x e y, que podem porém ser encontradas em textos no seio de palavras não-assimiladas oriundas de outras línguas.O alfabeto contém 28 letras:
| Letra | Pronúncia |
|---|---|
| c | [ʦ] |
| ĉ | [ʧ] |
| ĝ | [ʤ] |
| ĥ | [x] |
| ĵ | [ʒ] |
| ŝ | [ʃ] |
| ŭ | [u̯] |
Em setembro de 2006, a Seção de Pronúncia da Academia de esperanto propôs uma resolução sobre o uso de sistemas diferentes de escrita sob circunstâncias e necessidades especiais: a "substituição [das letras acentuadas por outros signos ou combinação de signos], quando for apenas um meio técnico que não objetive reformas da ortografia do esperanto, e quando ele não causar confusão alguma, não deve ser visto como contrária ao Fundamento".5 Assim, o uso do esperanto em código Morse, braile, taquigrafia e com a letra x em substituição aos sinais diacríticos é considerado correto por esta Academia, sob circunstâncias específicas.
Braille
Razões alegadas para adesão ao esperanto
Problema linguístico
Muitos esperantófonos tomaram a iniciativa de aprender esperanto pelo chamado lingva problemo (literalmente, problema linguístico). Uma das maiores faces desse problema é o chamado imperialismo cultural, que encerra em si o favorecimento a poucos grupos linguísticos, e a pouca praticidade da estrutura vigente de comunicação entre sujeitos sociais de línguas diferentes. Vários estudiosos têm se debruçado sobre esses aspectos. Izabel Cristina Oliveira Santiago levanta várias ocasiões históricas em que o custo de traduções alcança níveis questionáveis: "Nova Délhi, 1968. A Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento custou mais de 2 milhões de dólares, sendo que mais da metade disso foi gasto com o uso de apenas quatro línguas — tidas como predominantes. [...] só em 1976, por exemplo, em vez de serem investidos na alimentação das multidões de famintos, 700 mil dólares foram gastos para traduzir em seis línguas os relatórios sobre a fome mundial."6 O psicólogo, e ex-tradutor das Nações Unidas, Claude Piron, (Bélgica, 1931 - 22 de janeiro de 2008), dedicou-se à temática, abordando-a sob um ponto de vista psicológico a partir de vastíssimo material bibliográfico e documental, tratando a insistência no atual modelo de comunicação internacional como uma neurose.7Comunidade esperantófona
Geografia e demografia
Esperantófonos são mais numerosos na Europa e Ásia Oriental do que nas Américas, África e Oceania, e mais numerosos em áreas urbanas do que em rurais.8 Na Europa, é mais comum nos países do norte e do leste; na Ásia, na China, na Coreia, no Japão e no Irã; nas Américas, no Brasil, na Argentina e no México; na África, no Togo e em Madagascar.Uma estimativa do número de esperantófonos foi feita por Sidney S. Culbert, um professor de psicologia aposentado da Universidade de Washington e esperantista de longa data que rastreou e avaliou esperantófonos em áreas de amostragem em dezenas de países por mais de vinte anos. Culbert concluiu que entre um e dois milhões de pessoas falam esperanto no nível 3 da escala ILR (competência linguística para trabalho profissional).9 A estimativa de Culbert não foi feita apenas para o esperanto; incluía-se numa listagem de estimativas para todas as línguas com mais de um milhão de falantes, publicada anualmente no The World Almanac and Book of Facts. Uma vez que Culbert nunca publicou os resultados detalhados para países e regiões particulares, é difícil verificar a precisão de seus resultados.
Cultura
O esperanto não veio de uma cultura específica, mas formou uma. Esperantistas falam em esperanto e sobre esperanto, usando termos, gírias, sarcasmos e uma série de expressões próprias do meio esperantista, alguns aspectos comuns de todos os esperantistas podem definir tal cultura.
A literatura em esperanto, consistindo de obras traduzidas e escritas diretamente na língua é altamente universalista, pois são adicionadas à literatura esperantista as melhores obras de cada nação, juntamente com os aspectos particulares de cada uma, assim como as crenças e costumes típicos de cada povo. Nas obras escritas diretamente em esperanto, vemos a mesma universalidade presente em toda a cultura esperantista.
Devido à ideia inicial de fraternidade do esperanto, a tolerância e respeito aos costumes e crenças dos vários povos consiste em um dos componentes dessa cultura; o repúdio ao imperialismo cultural é comum entre os esperantistas, e o desejo de intercâmbio e contato com outros povos apresenta-se na absoluta maioria dos esperantistas, muitas vezes consistindo um dos motivos do aprendizado da língua. Isso é comprovado na leitura do Manifesto de Praga, documento que sintetiza os objetivos comuns a todos os falantes do esperanto.
Um argumento comum dos esperantistas é que o esperanto é uma língua democrática, pois através dela uma cultura não é imposta aos novos falantes, como é o caso do inglês, então caberia perguntar se essa cultura nova, gerada ao longo da evolução esperantista pós guerras não seria imposta aos povos que a adotarem como língua auxiliar. Isso certamente pode acontecer, mas por ser altamente universalista, ela tenderia a não causar males às culturas locais, e sim absorver para si mais e mais dessas culturas locais, a cultura da língua esperantista, se adotada pelos povos, seria então uma cultura comum, gerada por todas as nações, e que poderia até mesmo servir para aproximar algumas populações. No Manifesto de Praga, a democracia cultural é tratada como algo extremamente forte no esperanto.
Os Congressos Universais de Esperanto, realizados anualmente desde 1905 (excluindo-se o período das grandes guerras), alimentam e aprimoram a cultura esperantista. Nesses congressos é visível a plena existência de uma cultura geral, independente da nacionalidade de cada participante. Os Discursos de Zamenhof mostram alguns indícios dessas características de forma clara.
Símbolos
Há alguns símbolos atribuídos pelo movimento esperantista a si mesmo ou à língua. Não há unanimidade no movimento esperantista a respeito da política do uso de símbolos, mas a maioria dos esperantistas reconhecem três símbolos: a estrela verde, a bandeira e o Jubilea Símbolo. Argumenta-se contra a estrela e a bandeira que elas dão um ar nacionalista ao objeto representado, podendo também ser confundido com ideários de outra natureza (o Islão e o movimento dito comunista, por exemplo).
Memorial de 1959 com a estrela verde gravada.
Estrela verde
O mais simples e antigo dos símbolos é a estrela verde de cinco pontas, usada, por exemplo, como broche ou adesivo para automóvel. Segundo a tradição, as cinco pontas representam os cinco continentes (segundo cálculo tradicional) e o verde simboliza a esperança. Zamenhof, entretanto, em 1911, já não tinha mais certeza de sua origem; a cor lhe fora proposta pelo irlandês A. Richard Henry Geoghegan, que depois lhe esclareceu que se tratava da cor nacional da Irlanda.10 Já em 1893, Louis de Beaufront propunha o uso do verde e da estrela em tudo que se relacionasse ao movimento. A consolidação da estrela como símbolo do esperanto data dos últimos anos do século XIX; da estrela na cor verde, provavelmente apenas em 1904.10Bandeira
A bandeira é uma espécie de extensão da estrela verde, retomando a mesma cor e significados, com a adição do branco, para representar paz e neutralidade. Era originalmente a bandeira do clube de esperanto de Bolonha-sobre-o-Mar (França). Foi adotada generalizadamente nessa cidade por ocasião do primeiro Congresso Universal de Esperanto, em 1905.Jubilea simbolo
O jubilea simbolo (símbolo do jubileu) é um símbolo alternativo proposto para o esperanto, contendo a ideia interna da língua: juntar todos. As suas duas metades laterais representam a letra latina E (Esperanto) e a letra cirílica Э (Эсперанто), simbolizando a união do ocidente e do oriente. A ideia de usar as duas letras ocorreu por causa da Guerra Fria, quando as duas grandes potências estatais a se enfrentar tinham como línguas maternas o inglês (com alfabeto latino) e o russo (com alfabeto cirílico).A sua elaboração foi promovida através de um concurso em 1983, por ocasião do centenário da língua (1987). A ideia original é do brasileiro Hilmar Ilton S. Ferreira.10 O símbolo é usado com cores diferentes, com ou sem contornos, de acordo com a opção do usuário.
Esperanto e movimentos sociais
Existem diversos movimentos sociais e culturais que apoiam o esperanto de alguma forma.Anarquismo
Entre eles podemos destacar o anarquismo. Paul Bertelot, anarquista francês, em 1905, criou a revista Revuo Esperanto, que é até hoje o órgão oficial de divulgação da UEA. Bertelot viajou pela Europa, divulgando o esperanto entre os trabalhadores, ajudou a organizar o primeiro congresso de esperanto, fundou clubes esperantistas na América do Sul, morrendo prematuramente no Brasil, em 1910. A seção libertária da SAT, criada na década de 1920, até hoje é atuante. No Brasil, desde de 2005, funciona o grupo de propaganda e ação esperantista-anarquista Fenikso Nigra.Centro de Mídia Independente
O Centro de Mídia Independente (CMI) é uma rede internacional formada por produtores de informação de ordem política e social que se autodeclaram independentes de quaisquer interesses empresariais ou governamentais. O site brasileiro do CMI possui versão em esperanto.11Bona Espero
Bona Espero é uma escola e internato localizada no município de Alto Paraíso de Goiás, região norte do estado de Goiás, a 412 quilômetros de Goiânia (capital do estado) e a 250 quilômetros de Brasília (capital federal), que abriga crianças carentes da região onde a utilização e o ensino do esperanto é comum no dia-a-dia. A instituição é visitada por muitos esperantistas há mais de 50 anos de existência. Foi fundada por um grupo nordestino de esperantistas; hoje é administrada pelo casal Gratapagglia, por Ursula (alemã) e Giuseppe (italiano), além de outros três diretores.Esperanto e religiões
Alguns grupos religiosos ao redor do mundo apoiam de alguma forma o esperanto.
Cartão postal feito por ocasião do 4º Congresso Católico Esperantista, de 4 a 12 de setembro de 1913 em Roma.
Catolicismo
Em 1910 foi fundada a União Internacional Católica Esperantista, cujo órgão, a revista Espero Katolika, é o periódico em esperanto mais antigo ainda em atividade.Papas católicos romanos (incluindo pelo menos o Papa João Paulo II e Bento XVI) usaram o esperanto ocasionalmente no urbi et orbi multilíngue.
Cristandade em geral
A Kristana Esperantista Ligo Internacia (Liga Internacional Cristã Esperantista) foi formada logo cedo na história do esperanto e é de orientação predominantemente protestante, mas também são filiados a ela católicos romanos e ortodoxos.Há alguns apologistas e professores cristãos que usam o esperanto como um meio de comunicação. O pastor nigeriano Bayo Afolaranmi tem um grupo no Yahoo! chamado "Spirita nutraĵo" (alimento espiritual), que hospeda mensagens semanais desde 2003.
Espiritismo
Em 1908, o espírita Camilo Chaigneau escreveu um artigo intitulado "O Espiritismo e o Esperanto" na revista de Gabriel Delanne (depois reproduzido no periódico "La Vie d'Outre-Tombe", de Charleroi, e na revista brasileira Reformador em 1909), recomendando o uso de Esperanto em uma "revista central" para todos os espíritas no mundo.12 13O esperanto então foi divulgado ativamente no Brasil por espíritas. Este fenómeno originou-se através de Ismael Gomes Braga e Francisco Valdomiro Lorenz, sendo o último um emigrante de origem checa que foi pioneiro de ambos os movimentos neste país.12
Assim, a Federação Espírita Brasileira publica livros didáticos de esperanto, traduções das obras básicas do espiritismo e encoraja os espíritas a se tornarem esperantistas.14 15
Por causa disso, no Brasil, muitos não-esperantistas mal-informados têm a impressão de que o esperanto é "língua de espírita";16 a contradizê-lo é de notar a discrepância entre o número relativamente elevado de espíritas entre os esperantófonos brasileiros (entre um quarto e um terço) e a insignificância do recíproco (número de espíritas brasileiros que falam esperanto, cerca de 1%). Este fenómeno não se verifica noutros países.
Fé Bahá'í
A Fé Bahá'í encoraja o uso de uma língua auxiliar, e, sem endossar nenhuma língua específica, vê no esperanto um grande potencial para esse papel.17 Considera-se, entretanto, que qualquer língua ao ser adotada poderá ser modificada e adaptada através de um consenso com representação de todos os países.Lidja Zamenhof, filha do fundador do esperanto, tornou-se Bahá'i.
Vários volumes de escritos da Fé Bahá'i já foram traduzidos para esperanto.
Homaranismo
Zamenhof promoveu uma doutrina filosófica e religiosa, chamada homaranismo, mas temeu que se confundissem as ideias da doutrina com o ideal pró-esperanto. Por esse e outros motivos, não se empenhou tanto em sua divulgação. Todavia, a maior parte dos adeptos do homaranismo hoje são esperantistas, tendo conhecido a doutrina através do esperanto.Islão
Ayatollah Khomeini do Irã fez um chamado oficial aos islâmicos ao aprendizado do esperanto e elogiou o uso dessa língua como um meio para melhor compreensão entre povos de diferentes religiões. Após sugerir que o esperanto substituísse o inglês como uma língua franca internacional, a língua foi introduzida nos seminários de Qom. Uma tradução do Corão em esperanto foi publicada pelo estado pouco tempo depois18 19 Khomeini e o governo iraniano passaram a fazer oposição ao esperanto em 1981 após notar que seguidores da Fé Bahá'i estavam interessados no esperanto.18Oomoto
A religião oomoto encoraja o uso do esperanto entre seus seguidores,20 6 e inclui Zamenhof entre seus espíritos divinos.Traduções da Bíblia
A primeira tradução da Bíblia para esperanto foi uma tradução do Tanakh (Velho Testamento), feita por Zamenhof. A tradução foi revisada e comparada com traduções para outras línguas por um grupo de clérigos britânicos, antes de sua publicação na British and Foreign Bible Society em 1910. Em 1926, ela foi publicada junto com uma tradução do Novo Testamento, numa edição geralmente chamada de Londona Biblio. Nos anos 60, Internacia Asocio de Bibliistoj kaj Orientalistoj tentou organizar uma nova e ecumênica versão da bíblia em esperanto.21 Desde então, o pastor luterano Gerrit Berveling traduziu os Livros Deuterocanônicos, além de novas traduções dos Evangelhos, algumas das epístolas do Novo Testamento e alguns livros do Tanakh; estes foram publicados em várias brochuras separadas, ou em série na revista Dia Regno, mas os deuterocanônicos apareceram numa edição recente da Londona Biblio.Uso
O esperanto é frequentemente usado para se ter acesso a uma cultura internacional, dispondo ele de um vasto leque de obras literárias, tanto traduzidas como originais. Há mais de 25.000 livros em esperanto, entre originais e traduções, além de mais de uma centena de revistas editadas regularmente. Muitos esperantófonos usam a língua para viajar livremente pelo mundo usando o Pasporta Servo, rede internacional de hospedagem solidária. Outros têm correspondentes em vários países diferentes através de serviços como o Esperanto Koresponda Servo.Com o desenvolvimento da internet e sua maior popularização, as iniciativas de imprensa em esperanto têm se tornado mais fáceis, e pouco a pouco ela se desenvolve.
Atualmente, vários Estados subvencionam transmissões regulares em esperanto de suas estações de rádio oficiais, como China, Polónia (diariamente), Cuba, Itália e Vaticano. Em menor escala, várias estações de rádio mantêm programas em ou sobre esperanto, como a Rádio Rio de Janeiro, que têm um departamento dedicado exclusivamente ao esperanto.
Anualmente, de 1.200 a 3.000 esperantistas encontram-se anualmente no Congresso Universal de Esperanto.
A língua mostra-se útil essencialmente para a troca de informações entre indivíduos de etnias diferentes que doutra maneira só seria realizada através de elementos mediadores (uma língua estranha a pelo menos um deles, um intérprete, organizações privadas, Estados, etc.).
Comparado a uma língua étnica, o esperanto apresentou algumas utilidades particulares:
Efeito propedêutico: Existem evidências de que estudar esperanto antes de estudar qualquer outra língua acelera e melhora a aprendizagem, pois aprender outras línguas estrangeiras a seguir é mais fácil que aprender a primeira, enquanto que o esperanto reduz os obstáculos associados com a "primeira língua estrangeira", esse fenômeno é conhecido como efeito propedêutico, sendo muito acentuado no esperanto.[carece de fontes]
Num estudo, um grupo de estudantes do ensino secundário estudou esperanto durante seis meses e, depois, francês durante ano e meio, obtendo um melhor conhecimento de francês do que o grupo de controle que estudou só o francês durante dois anos.[carece de fontes] É provável que outras línguas planificadas também apresentem esse efeito no mesmo grau que o esperanto, mas devido ao maior número de falantes e melhor disponibilidade de material didático, a língua esperantista parece ser a mais recomendável para obter o efeito propedêutico.[carece de fontes]
Traduções: A enorme flexibilidade do esperanto, a possibilidade do uso de diversas nuances, e a sua simplicidade gramatical tornam a língua uma ótima candidata para uma língua intermediária nas traduções.[carece de fontes] Um ótimo exemplo foi o uso do esperanto para a tradução de alguns livros da editora FEB para a língua japonesa, nesse caso, os originais em francês foram traduzidos para o esperanto, e do esperanto para o japonês, já que se tem um bom número de falantes de esperanto no Japão.[carece de fontes]
Referências
- ↑ Esperanto (em inglês). Ethnologue. Página visitada em 22 de janeiro de 2011.
- ↑ Sikosek, Ziko M. Esperanto Sen Mitoj ("Esperanto Sem Mitos"). Segunda edição. Antuérpia: Flandra Esperanto-Ligo, 2003. p.188.
- ↑ List of Wikipedias (em inglês). Meta-Wiki. Página visitada em 22 de janeiro de 2011.
- ↑ Ancxjo. “Morskode...” (em esperanto). Bubo. Página visitada em 22 de janeiro de 2011.
- ↑ Oficialaj Informoj Numero 1. Akademio de Esperanto (15 de setembro de 2006). Página visitada em 22 de janeiro de 2011.
- ↑ a b Santiago, Izabel C. O. O que é Esperanto: a questão da língua internacional. Segunda edição. São Paulo: Brasiliense, 1992. p. 7-8.
- ↑ O desafio das línguas: da má gestão ao bom senso (2007). Página visitada em 22 de janeiro de 2011.
- ↑ Sikosek, Ziko M. Esperanto Sen Mitoj ("Esperanto Sem Mitos"). Segunda edição. Antuérpia: Flandra Esperanto-Ligo, 2003.
- ↑ Three letters about his methodology for estimating the number of Esperanto speakers (em inglês). Página visitada em 22 de janeiro de 2011.
- ↑ a b c Sikosek, Ziko M. Esperanto Sen Mitoj ("Esperanto Sem Mitos"). Primeira edição. Antuérpia: Flandra Esperanto-Ligo, 1999, p.91.
- ↑ Sendependa Centro de Amas-komunikiloj - Brazilo.
- ↑ a b O Espiritismo e o Esperanto (Spiritism and Esperanto)
- ↑ Departamento de Esperanto da União das Sociedades Espíritas (USE)
- ↑ Esperanto > Introdução Federação Espírita Brasileira
- ↑ Pardue, David. "Uma só língua, uma só bandeira, um só pastor: Spiritism and Esperanto in Brazil". Acesso: 2006-08-26.
- ↑ Esperanto Jornal Correio Espírita
- ↑ Bahaa Esperanto-Ligo. "Bahaismo kaj internacia help-lingvo". Acesso: 2006-08-26.
- ↑ a b Esperanto - Have any governments opposed Esperanto? (em inglês). Página visitada em 26 de agosto de 2006.
- ↑ Porneniu. Esperanto in Iran (in Persian) (em inglês). Página visitada em 26 de agosto de 2006.
- ↑ The Oomoto Esperanto portal (em inglês).
- ↑ La Sankta Biblio - 'Londona text' (em esperanto). Página visitada em 26 de agosto de 2006.
Ver também
- Ludwik Lejzer Zamenhof
- Antoni Grabowski
- Valor propedêutico do esperanto
- Ido
- Diferenças entre o Ido e o Esperanto
- Antologio de brazilaj rakontoj
- Esperanto reformado
- Gramática do esperanto
Ligações externas
Informações básicas
- Esperanto.net - Centro multilíngüe de informações sobre esperanto.
- (mul) Esperantomondo - Esperanto-portalo kaj koresponda servo
- O Esperanto na Atualidade - Texto da Associação Universal de Esperanto.
Associações
- Universala Esperanto-Asocio - Associação Universal de Esperanto.
- Brazila Esperanto-Ligo - Liga Brasileira de Esperanto.
- Portugala Esperanto-Asocio - Associação Portuguesa de Esperanto.
- Internacia Ligo de Esperantistaj Instruistoj (Brazila Sekcio) - Liga Internacional de Instrutores Esperantistas. (Brasil).
Regionais
- Alagoana Asocio de Esperanto - Associação Alagoana de Esperanto. (Maceió, AL - Brasil).
- Asocio de Edukado kaj Kulturo Lazaro Ludoviko Zamenhof - Associação de Educação e Cultura Lázaro Luís Zamenhof. (Pouso Alegre, MG - Brasil).
- Asocio Esperantista de Rio-de-Ĵanejro - Associação Esperantista do Rio de Janeiro. (Rio de Janeiro, RJ - Brasil).
- Asocio Potigvara de Esperanto - Associação Potiguar de Esperanto. (Natal, RN - Brasil).
- Bahiana Esperanto-Asocio - Associação Bahiana de Esperanto. (Salvador, BA - Brasil).
- Campos Esperanto-Klubo - Clube de Esperanto de Campos. (Campos dos Goytacazes, RJ - Brasil).
- Cearaa Esperanto-Asocio - Associação Cearense de Esperanto. (Fortaleza, CE - Brasil).
- Esperanto-Asocio de Gojaso - Associação Goiana de Esperanto. (Goiânia, GO - Brasil).
- Esperanto-Asocio de San Paŭlo - Associação Paulista de Esperanto. (São Paulo, SP - Brasil).
- Kaŭkaja Esperanto-Klubo - Clube de Esperanto de Caucaia. (Caucaia, CE - Brasil).
- Kultura Kooperativo de Esperantistoj - Cooperativa Cultural dos Esperantistas. (Rio de Janeiro, RJ - Brasil).
- Mato Grosso Esperanto-Grupo - Grupo de Esperanto de Mato Grosso. (Cuiabá, MT - Brasil).
- Minas Ĝerajso Esperanta Societo - Sociedade Esperantista de Minas Gerais. (Belo Horizonte, MG - Brasil).
- Paranaa Esperanto-Asocio - Associação Paranaense de Esperanto. (Curitiba, PR - Brasil).
- Pernambuka Esperanto-Asocio - Associação Pernambucana de Esperanto. (Recife, PE - Brasil).
- Santarém Esperanto-Asocio - Associação Santarena de Esperanto. (Santarém, PA - Brasil).
- Sorokaba Esperanto-Klubo - Clube de Esperanto de Sorocaba. (Sorocaba, SP - Brasil).
- Suda Mato Grosso Esperantista Societo Sociedade Esperantista do Mato Grosso do Sul. (Campo Grande, MS - Brasil).
- Taguatinga Esperanto-Klubo - Clube de Esperanto de Taguatinga. (Taguatinga, DF - Brasil).
Religiosas
- Brazila Esperantista Katolika Organizo - Organização Católica Esperantista Brasileira
- Budhana Ligo Esperantista (em esperanto) - Liga Budista Esperantista
- Ĉina Budhana Retejo Esperantista (em esperanto) - Sítio Chinês Budista Esperantista
- Internacia Katolika Unuiĝo Esperantista (em esperanto) - União Internacional Católica Esperantista
- Japana Budhana Ligo Esperantista (em esperanto) - Liga Budista Esperantista Japonesa
- Kristana Esperantista Ligo Internacia (em esperanto) - Liga Internacional Cristã Esperantista
- Oomoto (おほもと) (em esperanto)
- SPIRITISMO EN ESPERANTO (em esperanto) - SPIRITISMO EN ESPERANTO
Aprendizado pela Internet
- lernu! - Aprendizado gratuito de esperanto, pela Internet. Disponível em várias línguas.
- Kurso de Esperanto - Descarga gratuita do curso de esperanto KaPe.
- Programa Mia Amiko do Esperanto@Brazilo - Curso de esperanto com monitores em português.
- Majstro - Dicionário.
- Reta Vortaro - Grande dicionário esperanto-esperanto.
- Plena Manlibro de Esperanta Gramatiko - Grande gramática de esperanto. Em esperanto.
Outros
- Apresentação Esperanto e a Igreja Católica
- Skolta Esperanto-Ligo - Liga Escuteiro-Esperantista.
- Vikio Kantaro (em esperanto) - Portal Wiki com letras de músicas em esperanto.
- Astronomia Esperanto-Klubo (em esperanto) - Clube de Astronomia Esperantista.
- Brazila Esperantista Junulara Organizo - Organização da Juventude Esperantista Brasileira.
- Tutmonda Esperantista Junulara Organizo - Organização Mundial da Juventude Esperantista.
- Biciklista Esperantista Movado Internacia (em esperanto) - Associação Internacional dos Ciclistas Esperantófonos.
- Site de Bona Espero - Fazenda Escola Bona Espero Instituição Educacional Esperantista

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